quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Do lado de lá dos Andes, temos o Peru!

¡Bienvenidos! Es un placer darle la bienvenida!
 

O Peru, oficialmente República do Peru (em espanhol: República del Perú), está situado na América do Sul e limitado ao norte pelo Equador e pela Colômbia, a leste pelo Brasil e pela Bolívia e ao sul pelo Chile. O seu litoral, a oeste, é banhado pelo Oceano Pacífico.

O território peruano abrigou a civilização de Caral, uma das mais antigas do mundo, que fez parte do Império Inca, considerado o maior Estado da América pré-colombiana. O seu território foi elevado a vice-reinado pelo Império Espanhol, no século XVI.



O Peru é uma república presidencialista democrática dividida em 25 regiões. A sua geografia é variada, exibindo desde planícies áridas da costa do Pacífico, aos picos nevados dos Andes e à floresta amazônica, característica que proporciona a este país diversos recursos naturais.

Bandeira peruana

As principais atividades econômicas incluem a agricultura, a pesca, a exploração mineral e a manufatura de produtos têxteis. Após a sua independência em 1821, o Peru passou por períodos de alternância entre turbulência política e crise fiscal e estabilidade e crescimento econômico.

A população peruana, estimada em 28 milhões, é de origem multiétnica e possui um alto grau de mestiçagem, incluindo ameríndios, europeus, africanos e asiáticos. O idioma oficial é principalmente o espanhol, ainda que um número significativo de peruanos fale o quechua e outras línguas nativas. A mistura de tradições culturais produziu uma diversidade de expressões nas artes, na culinária, na literatura e na música.


Hisria

Os primeiros indícios da presença humana no território peruano datam de aproximadamente 10.560 a.C. A mais antiga sociedade complexa conhecida no Peru e nas Américas, a civilização Caral, floresceu ao longo da costa do Oceano Pacífico entre 3000 e 1800 a.C. Estes desenvolvimentos iniciais foram seguidos de culturas arqueológicas, como Cupisnique, Chavin, Paracas, Mochica, Nazca, Wari e Chimu. No século XV, os Incas emergiram como um poderoso Estado e, no espaço de um século, formaram o maior império da América pré-colombiana. Sociedades andinas foram baseadas na agricultura, utilizando técnicas como a irrigação e terraceamento, pecuária de camelídeos e pesca também eram importantes. A organização era baseada no princípio da reciprocidade e redistribuição porque estas sociedades não tinham nenhuma noção de mercado ou dinheiro.

Nos anos entre 1524 e 1526 a varíola, introduzida a partir do Panamá e antes da conquista espanhola varreu o império inca. A morte do governante inca Huayna Capac, bem como da maioria de sua família, incluindo seu herdeiro, causou a queda da estrutura política inca e contribuiu para a guerra civil entre os irmãos Atahualpa e Huáscar.

Em 1532, um grupo de conquistadores e de nativos americanos liderados por Francisco Pizarro derrotou e capturou o imperador inca Atahualpa. Francisco Pizarro exigiu ouro e prata em troca da libertação do Sapa Inca e, apesar de Francisco Pizarro ter recebido uma sala de ouro e dois quartos seguintes com prata, até ao nível do alcance dos braços de Atahualpa, o líder inca foi executado, Pizarro conquistou o império e impôs o domínio espanhol. Dez anos depois, a Coroa espanhola criou o Vice-Reino do Peru, que incluía todas as suas colônias da América do Sul. Viceroy Francisco de Toledo reorganizou o país na década de 1570 com a mineração como principal atividade econômica e com o trabalho forçado indígena como a sua principal força de trabalho.

O ouro peruano trouxe receitas para a Coroa espanhola e alimentou uma rede complexa de comércio que se estendeu até a Europa e as Filipinas. No entanto, por volta do século XVIII, o declínio da produção de prata e a diversificação econômica muito reduziu a renda real. Em resposta , a Coroa promulgou as Reformas Bourbônicas, uma série de decretos que aumentaram os impostos e dividiram o Vice-Reinado do Peru. A nova legislação provocou a rebelião de Túpac Amaru II e outras revoltas, que foram derrotadas.

No início do século XIX, enquanto a maioria da América do Sul era assolada por guerras de independência, o Peru continuou a ser um reduto monarquista. Como a elite hesitou entre emancipação e lealdade para com a monarquia espanhola, a independência foi obtida apenas após as campanhas militares de José de San Martín e Simón Bolívar. Durante os primeiros anos da República, lutas endêmicas pelo poder entre líderes militares causaram instabilidade política. A identidade nacional foi forjada durante este período, com projetos bolivarianos que afundaram, como a Confederação da América Latina, e uma união com a Bolívia que se mostrou efêmera. Entre 1840 e 1860, o Peru desfrutou de um período de estabilidade sob a presidência de Ramón Castilla através do aumento da receita do Estado com as exportações de guano. No entanto, em 1870, esses recursos foram desperdiçados, o país estava pesadamente endividado e a luta política voltou a aumentar.

Brasão de armas peruano
 

O Peru foi derrotado pelo Chile na Guerra do Pacífico entre 1879-1883, perdendo as províncias de Arica e Tarapacá nos tratados de Ancón e Lima. Durante a ocupação chilena de Lima, autoridades militares chilenas transformaram a Universidad Nacional Mayor de San Marcos e o recém-inaugurado Palacio de la Exposición em quartéis, invadiram as escolas médicas e outras instituições educacionais, saquearam o conteúdo da Biblioteca Nacional de Peru e transportaram milhares de livros (incluindo volumes originais de muitos séculos), além do estoque de capital que foi levado para Santiago do Chile, e uma série de monumentos e obras de arte que decoravam a cidade.

Em 1968, as Forças Armadas, lideradas pelo general Juan Velasco Alvarado, aplicaram um golpe militar contra o presidente Fernando Belaúnde. O novo regime levou a cabo reformas radicais para fomentar o desenvolvimento, mas não obteve apoio generalizado. Em 1975, Velasco foi substituído como presidente pelo general Francisco Morales Bermúdez, que paralisou as reformas e supervisionou o restabelecimento da democracia.

"Plaza" em Arequipa, cidade histórica contruída ao pé da
cordilheira dos Andes, considerada patrimônio cultural
da humanidade pela ONU
 

Durante a década de 1980, o Peru encarou dívida externa, inflação crescente, aumento no tráfico de drogas e violência política maciça. Cerca de 70.000 pessoas morreram durante o conflito entre forças do Estado e os guerrilheiros maoístas do Sendero Luminoso. Com a presidência de Alberto Fujimori (1990-2000), o país começou a se recuperar, no entanto, as acusações de autoritarismo, corrupção e violações dos direitos humanos forçaram sua renúncia após a polêmica eleição de 2000. Desde o fim do regime de Fujimori, o Peru tenta lutar contra a corrupção, enquanto mantém o crescimento econômico; desde 2011, o presidente é o lider do partido nacionalista Ollanta Humala.



Geografia

As planícies costeiras ocidentais (conhecidas como costa) estão separadas das terras baixas orientais cobertas pela selva da bacia do Amazonas (a selva) pelas altas e escarpadas montanhas dos Andes (a sierra). Na fronteira com a Bolívia, situa-se o lago Titicaca, o lago navegável de maior altitude do mundo, a 3.821 metros do nível do mar.



Idiomas

Em 2007, o espanhol era a primeira língua de 83,9% dos peruanos a partir de cinco anos de idade, sendo a principal língua do país. Ele coexiste com várias línguas indígenas, onde a mais importante é o Quechua, falada por 13,2% da população. Outras línguas nativas e estrangeiras são faladas por 2,7% e 0,1% dos peruanos, respectivamente.

O Peru é o país origem da lingua dos Incas, o Quechua, que é falado principalmente na serra. A língua quechua peruana é um pouco diferente à de outros países andinos. O aimará é falado no altiplano peruano. No Peru também se falam outras línguas minoritárias; como quase 100 línguas indígenas que são faladas em áreas remotas e outras línguas que são faladas por imigrantes e seus descendentes. Há comunidades chinesas significativas que falam entre eles o chinês.



Etnias

O Peru é um país multiétnico formado pela combinação de diferentes grupos ao longo de cinco séculos. Ameríndios habitavam o território peruano há vários milênios antes da conquista espanhola no século XVI. Sua população diminuiu de cerca de 9.000.000 em 1520 para cerca de 600 mil em 1620 principalmente por causa de doenças infecciosas, como malária.

Machu Pichu, cidade do tempo do Império Inca
 

O gigantesco Império Inca foi facilmente derrubado por um grupo de pouco mais de duzentos espanhóis, devido à sua estratificação social rígida dominada por uma estreita camada nobre, que foi facilmente substituída por outra, a serviço dos espanhóis. E também pela incapacidade de autodefesa típica de sociedades despóticas. Séculos de rígida disciplina hierárquica criaram na região incaica uma ampla camada de camponeses submissos que, por meio da mita, passaram a se submeter aos colonizadores. Este processo deu origem à população andina e, por consequência, à peruana. Darcy Ribeiro, historiador, divide a população andina nos seguintes seguimentos:
  • Brancos por definição: a pequena camada mestiça das classes média e alta. Apesar de serem predominantemente mestiços de branco com índio, por deterem o poder político e econômico e terem costumes mais europeizados, formam o segmento autodefinido como "branco";
  • Cholos: estrato ladino, predominantemente indígenas do ponto de vista racial, mas culturalmente deculturados e integrados na sociedade devido ao maior processo de espanholização. São geralmente bilíngues, falando o espanhol e alguma língua indígena. Predominam nas cidades e nas fazendas da costa;
  • Índios: predominam no interior do país. Preservam mais elementos da cultura original, embora eles próprios tenham sofrido influências europeias e processos próprios de mudança cultural. Distinguem-se dos cholos pelo seu maior conservadorismo cultural, sua pouca participação na sociedade nacional, sua condição geral de analfabetos e sua maior concentração no meio rural. Falam principalmente línguas indígenas e parte considerável não fala o espanhol;
Índia peruana e sua lhama
  • Outro estrato ladino: diferenciado dos cholos por serem predominantemente monolíngues em espanhol. É constituído por uma camada urbana e um contigente rural. É formado por mestiços fruto da mistura de mulheres indígenas e cholas com descendentes de escravos negros e de imigrantes asiáticos, chineses e japoneses, e também alguns brancos. Como esses grupos foram pouco numerosos e compostos sobretudo por homens, rapidamente passaram a se dissolver na população, mas imprimiram marcas raciais diferenciadoras do elemento indígena, como é o caso dos descendentes mestiços de japoneses.
Em 1994, o Peru assinou e ratificou o direito internacional atual sobre povos indígenas, Convenção sobre os Povos Indígenas e Tribais, 1989. Espanhóis e africanos chegaram em grande número durante o domínio colonial, misturando muito uns com os outros e com os povos indígenas nativos.

Após a independência, houve um gradual imigração europeia da Inglaterra, França, Alemanha, Itália, os Bálcãs e evidentemente da Espanha. O Peru também tem a maior colônia de chineses e a segunda maior comunidade de japoneses depois do Brasil na América do Sul. Os Chineses chegaram na década de 1850 como uma substituição de trabalhadores escravos e desde então se tornaram uma grande influência na sociedade peruana. Pequenos grupos de imigrantes árabes também foram para o país.

De acordo com um estudo genético de DNA autossômico, realizado em 2008, pela Universidade de Brasília (UnB) a composição da população do Peru é a seguinte: 73% de contribuição indígena, 15,10% de contribuição europeia e 11,90% de contribuição africana.



Com inspiração na nativa peruana a Mattel lançou, em 1986, a
primeira Barbie representante da América do Sul, a PERUANA:

 

Com xale sobre os ombros, seu típico chapéu floreado...



... a saia é uma obra à parte, ricamente colorida
como das índias peruanas


 
 De model face Steffy, sua pele levemente amorenada
contribuiu para esta leitura da nativa peruana.
 

MADE IN CHINA by Mattel, 1986.
 
 
Gracias por su visita!
 
 
Pesquisa: ALê Campos
Fonte/conteúdo: rede mundial e arquivos pessoais
Fonte/fotos: rede mundial
Fotos: ALê Campos

4 comentários:

  1. Lindas as cores do traje, vivas, atraem muito nossa atenção. Muito linda!
    Gosto demais dos posts que você fez, contextualizando a apresentação da boneca com a nação que representa. Parabéns, Alê, pelo trabalho!
    Bj grande
    Samira

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    1. Oi, Sami!
      Sempre participativa; te adoro! Obrigado, viu?!

      Confesso que quando estava escolhendo o texto e buscando detalhar dados sobre o Peru, me questionei por um momento se valeria de colocar tantos detalhes; porquê não, de repente, linkar com outras páginas ou referências. Diante de eventuais problemas técnicos que qualquer pode ter, afinal não estamos totalmente imunes, voltei atrás e resolvi manter assim. Diante do teu comentário, avalio que fiz a melhor escolha. ;)

      Obrigado pelo carinho, Sami! Bj gde

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  2. Muito bom o post Ale! Adorei o texto, muito informativo e rico, pude relembrar coisas importantes que aprendi nas aulas de história. Adorei a foto da índia com a lhama, parecem super amigas, rs. A boneca é linda, principalmente os trajes, mas você sabe que minha peruana preferida é a do bebezinho, rs (doido pra ter ela). Beijos Igor.

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    1. Sim, aquela do bebezinho ficou ainda mais típica! E, por incrível que pareça, essas são indígenas! Nossa visão de indígena é quase sem roupa, certo? Nos Andes, os nativos, os indígenas, usam essas roupas coloridas e lindas! Como comentou Samira, são cores vivas, cores que parecem querer dizer algo de tão expressivas.

      Obrigado pela visita e pelo comentário, Igor! Bj gde.

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